Quando chegámos reparámos que ninguém conhecia as ruas pelos nomes, mesmo os taxistas ou motoristas dos bus. Por momentos duvidámos que a reserva do hotel que fizéramos era uma burla de Internet. Mas por sorte lá conseguimos chegar ao hotel, um hotel que descobrimos ser gay friendly no próprio dia do embarque. Não pudemos colocar a ninguém qualquer rótulo ao pequeno almoço, porque afinal o mesmo poderia caber em nós: 2 mulheres num quarto com camas juntas, refira-se que não estávamos assim tão mal, já que no último dia conhecemos uns portugueses que no quarto tinham que andar de lado para se movimentarem.
1º dia: rumámos em direcção ao Coliseu e Fórum Romano. Dia excelente para um museu ao ar livre, fabuloso. Recuámos milhares de anos, época dos imperadores romanos. Fantástica obra, muito trabalho para os arqueólogos. Afinal todo este Fórum estava subterrado, sendo que as escavações, descobertas e restauros são uma constante.
Sempre a pé fomos em direcção às termas Di Caracalla (não atropeladas nas passadeiras porque não calhou, trânsito maluco de vespas e carros, o peão nada vale por estas bandas); boca de verdade, Isla Tiberina (muito interessante, no meio do rio Tevere, que passa Roma ao meio). O roteiro incluiu a passagem por quase todas as pontes de Roma, até ao Castelo de S. Ângelo; ainda lusco fusco deu para espreitar o Vaticano que ficava ali ao lado. O dia estava longo e o quarto chamava por nós: uma breve paragem no quarto (altura em que descobrimos que o pessoal tinha “saqueado” o nosso quarto e lá se foi a única coisa que ficou de fora dos aloquetes: o cachecol). Aborrecidas ainda saímos para jantar e ver à noite, com o brilho das luzes, a Fontana de Trevi (cumprimos a tradição do lançar a moeda de costas voltadas) e Plaza Colonna.
O mito dos italianos perdeu-se. Machos latinos, morenos de calças justas e sapatos bem abicados, barba semi-por fazer, com ar de mafiosos vimos poucos. As miúdas logo cedo começam a utilizar maquilhagem, um excelente mercado para as marcas das bases, pinturas e desmaquilhantes.
O 2º dia ficou reservado para palmilhar o centro – Praça de Espanha (vimos o quão pobres somos, os preços das grandes marcas eram um atentado aos turistas de pé rapado como nós). Para aumentar o choque passaram por nós polícias montados em altas bombas (aliás numa rua a fila de carros parados de alta cilindrada com o pirilampo da polícia em cima fez-nos compreender como ali a polícia é importante, depois enquadrámos este cenário - estávamos na rua onde se situava a polícia anti-máfia). Daqui fomos fazer uma passagem breve pela Villa Medici.
Os S’s que fizemos até chegar à praça Novona levou-nos ao desespero: os italianos são antipáticos; além de não saberem, não dão indicações. Neste andar aos S’s descobrimos a Câmara dos Deputados, que estava vedada à circulação, desconfiámos que Berlosconi estava nas redondezas.
Finalmente Ave César: lá encontrámos a Piazza Navona (muitos pintores e caricaturistas).
Campo dei Fiori: mercado durante o dia e o local de encontro da malta jovem à noite. No mercado, os cheiros das especiarias, misturadas com as cores dos pimentos, malaguetas, tomates e fruta transporta-nos quase para os países árabes, mas lá estávamos em Itália, as belas massas caseiras repunham o nosso sentido de orientação. Os preços das frutas eram assustadores, quase que concluímos que os italianos mal comiam fruta, até que conseguimos entrar num supermercado de bairro e ver preços mais próximos dos nossos.
Já exaustas e derrotadas pela cidade, voltámos ao repouso: julgávamos nós, já que o percurso revelou-se num autêntico desastre. Opção: autocarro para experimentarmos, num dia em que o metro por momentos encerrou (devido a um suicídio na linha). Mais parecíamos sardinhas enlatadas. O que safou tudo isto foi a viagem à pato. Chegámos finalmente ao Vaticano completamente amassadas e com as mãos a “berrarem” por água; parámos num café, pedimos 2 chocolates quentes e uma fatia de tarte com intuito de repor energias, o que acabou por também despachar mais uns euros da carteira (13 euros). Balanço positivo apenas para a lavagem das mãos, o que confirmou algo estranho que vivemos todos estes dias: a ASAE em Roma tinha trabalho para uns anitos (wc comuns a homens e mulheres, minúsculos e incipientes).
O último jantar na cidade: uma boa surpresa. Andámos à procura de algo ligeiro, mas descobrimos um restaurante próximo do hotel com um serviço excelente a preços simpáticos. Sobremesa tiramisú como só os italianos sabem fazer (aliás os próximos só mesmo em Itália).
3º dia: Vaticano, museu, filas enormes. Mesmo sabendo disso, não nos conseguimos despachar de madrugada. Chegámos e lá estava a bela da fila que circundava o muro do Vaticano. Ai! Ainda hoje lá estávamos. Não tínhamos tempo, com avião para apanhar nesse mesmo dia. Solução: agir como se nada fosse e lá estávamos nós – as primeiras da fila è espera de entrar, ninguém nos ralhou e passámos à frente de um nº considerável de pessoas.
Magnífica a capela Sistina, onde Miguel Ângelo deu o melhor da sua obra, os frescos, a ilusão do relevo, os traços, os pormenores. Fabuloso. Indescritível.
Descemos e descemos, até à origem do catolicismo: local onde São Pedro foi enterrado – o 1º Papa da Igreja católica – onde foram definidos todos os princípios do catolicismo. Em cima desta foram construídas 2 Basílicas, uma delas a actual que hoje vemos. Passámos no túmulo de João Paulo II, muito simples, emblemático, local de silêncio e oração.
Colámo-nos a uma guia que mais tarde nos expulsou do grupo, mas ainda conseguimos alguns enquadramentos do que víamos, por exemplo o símbolo de referência do catolicismo: o alfa e o ómega (o princípio e o fim, símbolo colocado nos túmulos dos Papas).
A Basílica, enorme, está dividida em várias partes, onde se desenvolviam várias missas, numa delas até um baptizado vimos (reservado é certo, mas deu para espreitar). À entrada da Basílica a água benta era sugada para pequenos frascos (será merchandising do Vaticano?) que as pessoas mergulhavam na pia (talvez para levar água benzida em Roma, pelo Papa? Não sei…). Eu apenas me atrevi e benzer e a rezar.
Mais umas caminhadas ao longo do rio, de forma a nos despedirmos da cidade. Encontrámos ao acaso uma feira de velharias e objectos em 2ª mão; entrámos, curiosidade feminina, mas as horas apertavam.
Parámos na Praça de Espanha para comermos alguma coisa e aqui por nos sentarmos 10 minutos a sandes foi mais cara 1,50.
Voltámos ao hotel para levantar as malas e fazer um último resgate ao cachecol, mas sem efeito. Nem sequer livro de reclamações tinham, pois “os clientes não reclamam, por isso não precisamos dele”, disseram-nos. Apresentam-nos uma folha em branco, que, costas voltadas, ia direitinha ao lixo. Mas no booking vamos deixar um comentário deste hotel (a Internet tem destas coisas: a velocidade da publicidade, má ou boa, é espantosa).
Na despedida e já no terminal do comboio em direcção ao aeroporto, fomos brindadas por uma visão: italiano em tronco nu, com cabelos soltos e tudo no sítio, dentro de uma casa comercial que a nós nos pareceu um solário.
Uma viagem rápida, cansativa de certa forma, mas num ritmo certo para quem quer ficar com uma visão geral da cidade. Vale a pena. Na parte velha quase tudo é museu aberto. O Vaticano de facto um mundo à parte.
Um bom destino para esta época do ano, mas sublinhe-se sem chuva.
1º dia: rumámos em direcção ao Coliseu e Fórum Romano. Dia excelente para um museu ao ar livre, fabuloso. Recuámos milhares de anos, época dos imperadores romanos. Fantástica obra, muito trabalho para os arqueólogos. Afinal todo este Fórum estava subterrado, sendo que as escavações, descobertas e restauros são uma constante.
Sempre a pé fomos em direcção às termas Di Caracalla (não atropeladas nas passadeiras porque não calhou, trânsito maluco de vespas e carros, o peão nada vale por estas bandas); boca de verdade, Isla Tiberina (muito interessante, no meio do rio Tevere, que passa Roma ao meio). O roteiro incluiu a passagem por quase todas as pontes de Roma, até ao Castelo de S. Ângelo; ainda lusco fusco deu para espreitar o Vaticano que ficava ali ao lado. O dia estava longo e o quarto chamava por nós: uma breve paragem no quarto (altura em que descobrimos que o pessoal tinha “saqueado” o nosso quarto e lá se foi a única coisa que ficou de fora dos aloquetes: o cachecol). Aborrecidas ainda saímos para jantar e ver à noite, com o brilho das luzes, a Fontana de Trevi (cumprimos a tradição do lançar a moeda de costas voltadas) e Plaza Colonna.
O mito dos italianos perdeu-se. Machos latinos, morenos de calças justas e sapatos bem abicados, barba semi-por fazer, com ar de mafiosos vimos poucos. As miúdas logo cedo começam a utilizar maquilhagem, um excelente mercado para as marcas das bases, pinturas e desmaquilhantes.
O 2º dia ficou reservado para palmilhar o centro – Praça de Espanha (vimos o quão pobres somos, os preços das grandes marcas eram um atentado aos turistas de pé rapado como nós). Para aumentar o choque passaram por nós polícias montados em altas bombas (aliás numa rua a fila de carros parados de alta cilindrada com o pirilampo da polícia em cima fez-nos compreender como ali a polícia é importante, depois enquadrámos este cenário - estávamos na rua onde se situava a polícia anti-máfia). Daqui fomos fazer uma passagem breve pela Villa Medici.
Os S’s que fizemos até chegar à praça Novona levou-nos ao desespero: os italianos são antipáticos; além de não saberem, não dão indicações. Neste andar aos S’s descobrimos a Câmara dos Deputados, que estava vedada à circulação, desconfiámos que Berlosconi estava nas redondezas.
Finalmente Ave César: lá encontrámos a Piazza Navona (muitos pintores e caricaturistas).
Campo dei Fiori: mercado durante o dia e o local de encontro da malta jovem à noite. No mercado, os cheiros das especiarias, misturadas com as cores dos pimentos, malaguetas, tomates e fruta transporta-nos quase para os países árabes, mas lá estávamos em Itália, as belas massas caseiras repunham o nosso sentido de orientação. Os preços das frutas eram assustadores, quase que concluímos que os italianos mal comiam fruta, até que conseguimos entrar num supermercado de bairro e ver preços mais próximos dos nossos.
Já exaustas e derrotadas pela cidade, voltámos ao repouso: julgávamos nós, já que o percurso revelou-se num autêntico desastre. Opção: autocarro para experimentarmos, num dia em que o metro por momentos encerrou (devido a um suicídio na linha). Mais parecíamos sardinhas enlatadas. O que safou tudo isto foi a viagem à pato. Chegámos finalmente ao Vaticano completamente amassadas e com as mãos a “berrarem” por água; parámos num café, pedimos 2 chocolates quentes e uma fatia de tarte com intuito de repor energias, o que acabou por também despachar mais uns euros da carteira (13 euros). Balanço positivo apenas para a lavagem das mãos, o que confirmou algo estranho que vivemos todos estes dias: a ASAE em Roma tinha trabalho para uns anitos (wc comuns a homens e mulheres, minúsculos e incipientes).
O último jantar na cidade: uma boa surpresa. Andámos à procura de algo ligeiro, mas descobrimos um restaurante próximo do hotel com um serviço excelente a preços simpáticos. Sobremesa tiramisú como só os italianos sabem fazer (aliás os próximos só mesmo em Itália).
3º dia: Vaticano, museu, filas enormes. Mesmo sabendo disso, não nos conseguimos despachar de madrugada. Chegámos e lá estava a bela da fila que circundava o muro do Vaticano. Ai! Ainda hoje lá estávamos. Não tínhamos tempo, com avião para apanhar nesse mesmo dia. Solução: agir como se nada fosse e lá estávamos nós – as primeiras da fila è espera de entrar, ninguém nos ralhou e passámos à frente de um nº considerável de pessoas.
Magnífica a capela Sistina, onde Miguel Ângelo deu o melhor da sua obra, os frescos, a ilusão do relevo, os traços, os pormenores. Fabuloso. Indescritível.
Descemos e descemos, até à origem do catolicismo: local onde São Pedro foi enterrado – o 1º Papa da Igreja católica – onde foram definidos todos os princípios do catolicismo. Em cima desta foram construídas 2 Basílicas, uma delas a actual que hoje vemos. Passámos no túmulo de João Paulo II, muito simples, emblemático, local de silêncio e oração.
Colámo-nos a uma guia que mais tarde nos expulsou do grupo, mas ainda conseguimos alguns enquadramentos do que víamos, por exemplo o símbolo de referência do catolicismo: o alfa e o ómega (o princípio e o fim, símbolo colocado nos túmulos dos Papas).
A Basílica, enorme, está dividida em várias partes, onde se desenvolviam várias missas, numa delas até um baptizado vimos (reservado é certo, mas deu para espreitar). À entrada da Basílica a água benta era sugada para pequenos frascos (será merchandising do Vaticano?) que as pessoas mergulhavam na pia (talvez para levar água benzida em Roma, pelo Papa? Não sei…). Eu apenas me atrevi e benzer e a rezar.
Mais umas caminhadas ao longo do rio, de forma a nos despedirmos da cidade. Encontrámos ao acaso uma feira de velharias e objectos em 2ª mão; entrámos, curiosidade feminina, mas as horas apertavam.
Parámos na Praça de Espanha para comermos alguma coisa e aqui por nos sentarmos 10 minutos a sandes foi mais cara 1,50.
Voltámos ao hotel para levantar as malas e fazer um último resgate ao cachecol, mas sem efeito. Nem sequer livro de reclamações tinham, pois “os clientes não reclamam, por isso não precisamos dele”, disseram-nos. Apresentam-nos uma folha em branco, que, costas voltadas, ia direitinha ao lixo. Mas no booking vamos deixar um comentário deste hotel (a Internet tem destas coisas: a velocidade da publicidade, má ou boa, é espantosa).
Na despedida e já no terminal do comboio em direcção ao aeroporto, fomos brindadas por uma visão: italiano em tronco nu, com cabelos soltos e tudo no sítio, dentro de uma casa comercial que a nós nos pareceu um solário.
Uma viagem rápida, cansativa de certa forma, mas num ritmo certo para quem quer ficar com uma visão geral da cidade. Vale a pena. Na parte velha quase tudo é museu aberto. O Vaticano de facto um mundo à parte.
Um bom destino para esta época do ano, mas sublinhe-se sem chuva.
10 comentários:
Roma é uma Nação. então e o estádio Olímpico? e os treinos da Lazio e da Roma?
Menino, esses destinos não passaram sequer pela cabeça visitar. Poucos dias, há que fazer opções e definitivamente não a esse nível cultural-futebolístico.
está mal, menina. está mal...
Este CT só pensa no raio da bola! A Néné anda muito cosmopolita... o melhor mesmo foi a descrição pormenorizada. E gajas? Também deviam ter muita saúde...
Meninos, gajas muitas acreditem. O mito italiano mal o vimos, agora as gajas essas sim: lindas e todas pintadas. Os meninos têm que lá ir para verem com os olhos...ou apalparem se assim o desejarem e elas deixarem ;)
Ainda bem que gostaste.
Entao para Maio outro destino?
Se calhar ate pode ser antes, nao?
:)))) A.
Gostei muito do teu blog, gosto da maneira como escreves, muito transparente! Em relação ao diário de viagem fez-me sentir como se estivesse a ver e, mais importante, a sentir o que descrevias... porque não escreves um livro?
Bonitas palavras :) Espero que de facto não tenham a carga subjectiva da amizade. Se muitas pessoas concordarem contigo, qui ça se justifica um dia um livro ;).
De facto já me tinham aconselhado um projecto desses: um livro. Eu gostava confesso.
Oi Cláudia
estou em Roma neste momento...
vim só e acho que vim parar no mesmo hotel que tu
"Domus Della Radio"
Mta estranho !!!!!
Hije nem me atrevo a saír, mas amanhã lá irei fazer o roteiro que descreveste...
deseja me sorte!!!
tens razão quanto ao transito, e a ASAE,.... meu Deus!!!
fechava tudo aqui
Beijo
Espero que te corra bem a viagem. Abstrai-te do que te faz irritar (tipo coisas da ASAE...) e goza a cidade :) bonita na Primavera, como foi no Outono. Sem chuva e não com muito calor, óptima temperatura para os passeios a pé. Boas Férias. Depois conta como correu e mostra fotos.
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