segunda-feira, 1 de junho de 2009

Vazio na política


As eleições para as europeias aproximam-se; já no próximo Domingo é dia de votos. Ainda bem... finalmente acaba esta "palhaçada".
Ontem (domingo) quando cheguei a casa depois de um dia esgotante (o meu sobrinho Manuel fez a sua promessa nos escuteiros) até me apetecia ver um filme, pois apanhei com aquela série de discursos de uma série de partidos que eu nem sei quantos são, sei que são muitos, para ocupar 1h de televisão em todos os canais abertos.
Será sinónimo do desemprego esta série de partidos? O pessoal não tem trabalho e dedica-se à política para ver se ganha algum... enfim... uns em feiras, outros em salas mais fechadas, outros em bairros...impressionante... em época de eleições os políticos saem à rua e vão ter com o "povo"... pelo menos isto uma vez nas suas vidas... imagino as longas histórias que eles próprios contam destas romarias, com ar de gozo da situação, apenas em nome de arrancar mais um voto, que é isso que importa, tudo o resto é esquecido...
O que mais preocupa é o vazio polítco em que eu me encontro e muitas pessoas à minha volta.
A solução é votar em branco ou nem sequer votar.
Não há oposição e se a há, ela apenas existe para se colar ao que já existe. Vejo uma série de pessoas que estão na política para obterem mais um rendimento. Não o fazem em nome do bem comum, em nome da evolução comum, de um país. Fazem-no de uma forma vazia, sem crédito. Deixaram de existir os líderes carismáticos, credíveis. Todos os políticos estão metidos em "negócios" pouco claros, fazendo questão de instalar a dúvida para que os factos reais acabem por não se apurarem. E só quem se safa é quem tem um amigo ou lobby no governo; só assim se alcançam fundos, se conseguem obter rendimentos. Os ricos continuam mais ricos (e nem sequer querem ouvir falar em congelar os seus salários e/ou prémios) e os pobres cada vez mais pobres. Ainda se fala na corrupção que existe em Angola. E aqui? Se calhar não assim tão aberta ou declarada, mas existe.
Este ano, falo particularmente e em nome dos que se encontram à minha volta que já manifestaram as suas opiniões, ano de eleições eu só tenho 2 alternativas: não ir votar ou ao ir, cumprir com a minha obrigação e uma conquista que conseguimos, votar em branco. Parece uma contradição e eu que fui sempre aversa a este tipo de comportamento, já que se queremos opinar, temos mesmo que participar e participar, neste caso, é votar. Mas para quê? Não vale a pena... nada vai mudar. Agora, pode ser que as abstenções e os votos em branco possam declaradamente dizer a todos os políticos portugueses que eles próprios precisam de ser reinventados, precisam de analisar as suas atitudes e começar a lutar por princípios de igualdade e bem comum.
Só as autárquicas é que se poderão "safar", porque aqui vota-se mais na pessoa do que propriamente na cor política.
E é assim que vai a política no nosso país.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Pegadas na Areia


Este fim de semana comecei e acabei de ler o livro que retrata a verdadeira origem do poema Pegadas na Areia.
É muito conhecido este poema, mas para aqueles que julgam ainda não o terem lido, cá vai:

Uma noite eu tive um sonho.
Sonhei que estava andando na praia com o Senhor e, através do céu,
passavam-se cenas da minha vida.
Para cada cena que se passava, percebi que eram deixados dois pares
de pegadas na areia; um era meu e o outro, do Senhor.
Quando a última cena da minha vida passou diante de nós, olhei para trás,
para as pegadas na areia, e notei que muitas vezes,
no caminho da minha vida, havia apenas um par de pegadas na areia.
Notei também que isso aconteceu nos momentos mais difíceis e
angustiosos do meu viver. Isso entristeceu-me deveras e perguntei,
então, ao Senhor: "Senhor, Tu disseste-me que, uma vez que eu
resolvera te seguir, tu andarias sempre comigo em todo o caminho,
mais notei que, durante as maiores tribulações do meu viver, havia na areia
dos caminhos da vida apenas um par de pegadas. Não compreendo
porque, nas horas em que mais necessitava de ti, Tu me deixaste".
O Senhor respondeu-me:
"Meu precioso filho. Eu amo-te e jamais te deixaria nas horas da tua
prova e do teu sofrimento: Quando viste na areia apenas um par de
pegadas, foi exactamente aí que Eu te carreguei nos braços".

Confesso que este livro foi comprado para oferecer a uma amiga no aniversário (atrasado é um facto...). De qualquer forma, chamou-me atenção a forma como o livro se apresentava (uma fita dourada que fechava o livro, presa com 2 estrelas. Depois li "a verdadeira história do poema Pegadas na Areia". De facto eu já conhecia o poema, ou melhor, agora posso dizer, uma versão do peoma, porque o poema original está acima transcrito.
Comecei a ler e não consegui largar o livro até ao fim.
Emocionante.
Descobri que a autora original é canadiana e se chama Margaret Fishback Powers. Descobri igualmente que o poema não é fruto apenas da criatividade, mas foi mais resultado de uma experiência bem real da autora.
O livro acaba por ser uma síntese do Evangelho e nem todas as pessoas admitem ler este tipo de literatura.
Contudo, eu que sou a chamada "católica não praticante" (conceito que não sei o que quer dizer, mas que eu quero dizer que acredito em algo maior, que fui baptizada e sou de facto católica, mas que as idas à igreja não são sistemáticas, que não sou catequista e que às vezes sou crítica em relação a algumas atitudes da igreja, sobretudo do clero que teima ser como a avestruz e meter a cabeça na areia só para não ver...). Bom, mas voltando ao livro. Eu que sou católica mas um pouco afastada das práticas regulares das "idas à missa", ler o livro foi reconfortante; deixou-me pensativa com a mensagem intrínseca. Digamos que nos dá força.
Acabei por chegar à conclusão que vou ficar com o livro (que vai andar de mão em mão pela família e até amigos) com a intenção de o ter à mão para o ler, para o ler quando estou mais em baixo, para o ler para me alertar sobre o significado da vida. E vou comprar um exemplar para a minha amiga aniversariante, que afinal foi o mote desta compra. Espero que ela goste tanto dele como eu.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Forças de reacção


"Se não estás comigo, estás contra mim": algo que senti muito próximo nestes últimos dias.
Na minha vida, quer pessoal, quer profissional, até prova em contrário não sou levada por aquilo que me dizem (de uma forma mais banal: não incho pelos ouvidos), ou pelo menos tento.
Ontem senti-me "olhada", "observada" e se quisermos até mesmo "discriminada", digamos que um elemento estranho. E de facto sou. Não me revejo no tipo de comportamento do "deita abaixo" só porque "se não estás comigo, estás contra mim" e nesse sentido até se atacam as competências das pessoas, no caso até mais as profissionais do que as pessoais.
Às vezes, são por estas e por outras que dizemos que não vale a pena: não vale a pena tentarmos, esforçarmo-nos, dedicarmo-nos em nome daquilo em que acreditamos ser o mais correcto. Mas, não conseguimos voltar as costas, temos que arranjar ânimo para continuar a lutar. E é esse dinamismo que vejo em algumas pessoas, em boas pessoas que tentam e que acabam por ser referências num ambiente do "deita abaixo", em que outras pessoas não dão um "intervalo" de defesa ou, mais grave ainda, não dão uma oportunidade de escutarem, de espírito aberto sem preconceitos.
Todos temos "responsabilidade social" no sentido de melhorar a sociedade em que vivemos.
Tarefa difícil esta, não é?!
Eu assim o considero. Esgotante até. Por isso, eu tento não baixar os braços e tomar muitas doses da "vacina da paciência" como no outro dia alguém me dizia. :)
Embora reconheça que de facto, pela minha espontaniedade na reacção, sou muitas vezes agressiva e, contra o protocolo social se quisermos, desmacaro "jogos" comportamentais.
Se conseguir claro, continuarei a lutar pela minha responsabilidade social, por aquilo em que acredito ser o melhor.
Parabéns e força para os que continuam a lutar.