terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Ficou bem assinalado

Ontem foi o aniversário da minha irmã. Fez 39 anos... ai que estou também quase a acabar mais um ano da minha vida...
Bom, mas o dia de ontem também ficou assinalado com mais um acontecimento: o meu pai recebeu o deferimento do seu pedido de reforma.
As reformas, na sua grande maioria, em Portugal são uma vergonha! Os valores são tão baixos que até dá vontade de agarrar numa caçadeira e agredir o pessoal todo da assembleia da república.
É radical? É como me sinto. Desiludida com o meu país.
Nós vemos os nossos pais como um pilar a muitos níveis (financeiro, emocional...), a quem podemos recorrer sem limites. Quando chega o momento da reforma, parece que tudo muda para a maioria dos pensionistas em Portugal... é mesmo gozar com quem trabalha, quando sabemos que os políticos com 4 anos de poder saem com uma reforma choruda e acumulam reformas atrás de reformas; enquanto 70% da população nem o ordenado mínimo tem de reforma. Isto é normal em 2010? Eu não acho... sobretudo para pessoas que produziram desde os 12 anos de idade, numa geração em que de facto se trabalhava.
E quando nós chegarmos lá como vai ser? Andamos imensos anos a descontar e no fim de contas não recebemos nada. Façam essa simulação. Experimentem. Vejam o quanto descontam mensalmente para a segurança social e depois vejam quanto vão receber de reforma. E ainda não nos dão alternativa... E depois dizem-me para ir votar. Em quem? Nos políticos, que deveriam mexer nas suas próprias regalias para melhor distribuir a riqueza e não têm coragem para o fazer? Votar naqueles que dizem que essa profissão é desgastante, mas assistimos a guerras pelo poder? Se fosse assim tão mau, não quereriam lá estar.
Desculpem o desabafo, mas tive que deixar aqui em público a minha completa desilusão pelo nosso país. Nosso? Um país cheio de injustiças...
Um desafio: comparem um político reformado com um trabalhador a descontar desde os 12 anos de idade e verifiquem se é justa a enorme diferença de reforma, se é justa a nossa segurança social.

2 comentários:

Unknown disse...

Bem lastimável... Concordo e parece ser um efeito global, pois o meu pai, reformado em França, por 3 meses, teve de trabalhar mais 3 anos, que em nada o beneficiaram na altura. Além disso, viu a taxa de reforma passar de 75% para 50% do ordenado auferido. Falta de sorte. E acho que nos devemos habituar à falta de sorte, pois reforma para nós e as gerações vindouras, nem vê-las! Escusado será dizer que para mudar as coisas, só uma revolta popular com paralização total do país poderá vir a surtir efeito. Porque vontade política, nunca haverá, pois sempre ficamos descontentes quando vimos os nossos direitos adquiridos serem ameaçados... Então os políticos, muito mais! Uma palavra de ordem: Todos para a rua...

Anónimo disse...

e verdade